["Chegou-me recentemente às mãos um curioso estudo acerca da iniciativa empresarial em Portugal. Preparado pelo INE, este estudo permite-nos saber que o nosso empreendedor-tipo é homem, tem mais de 40 anos e, em termos de formação académica, não foi além do ensino básico. Quer isto significar que em Portugal transforma-se em empresário aquele que, sendo menos qualificado, não consegue a partir de um certa idade obter o emprego que desejaria?
Mais do que por uma questão de vocação, estes empresários parecem nascer antes do desespero, da falta de alternativa. São os empresários à força. Assim se compreende que a grande motivação que os leva a constituir empresas seja a perspectiva de ganhar mais dinheiro. Claro que do ponto de vista de quem investe, a motivação deverá ser sempre a criação de riqueza. Pior seria se alguém dissesse que investe para perder. Ora o que neste estudo nos parece realmente confrangedor é só 20% dos empresários considerarem a inovação do produto como factor de grande importância para o lançamento da sua empresa. Aliás, mais de 52% dos inquiridos chegaram mesmo a considerar esta componente como nada importante. Isto leva-nos a pensar que primeiro lança-se a empresa. Depois, quando tudo já estiver consumado, há-de se pensar na estratégia. A parte mais excitante deste estudo aparece no último capítulo onde são discutidos os obstáculos sentidos pelos empresários. Como já estávamos à espera, a culpa é do sistema. Economicamente falando, a culpa é da concorrência que, imagine-se, é demasiado agressiva. Esta história de atribuir constantemente a culpa aos outros, não só, já não convence ninguém, como é estéril em si mesma. A nossa economia só irá realmente crescer quando tivermos empresários como devem ser. Para tal, três sugestões. Primeiro, esta coisa de se ser empresário não é para quem precisa, mas para quem quer. Mas para querer é preciso ter vocação e para ter vocação é preciso estar aberto ao risco. Segundo, temos todos de perceber que sem a formação adequada não há sucesso. Temos de acreditar no Ensino como fonte criadora de valor para as empresas e o Ensino tem de acreditar nas empresas e estar orientado para estas. Terceiro, só faz sentido criar negócios que proporcionem objectivamente alguma mais-valia. É a chamada inovação com valor: valor para o cliente, valor para o accionista."
Mais do que por uma questão de vocação, estes empresários parecem nascer antes do desespero, da falta de alternativa. São os empresários à força. Assim se compreende que a grande motivação que os leva a constituir empresas seja a perspectiva de ganhar mais dinheiro. Claro que do ponto de vista de quem investe, a motivação deverá ser sempre a criação de riqueza. Pior seria se alguém dissesse que investe para perder. Ora o que neste estudo nos parece realmente confrangedor é só 20% dos empresários considerarem a inovação do produto como factor de grande importância para o lançamento da sua empresa. Aliás, mais de 52% dos inquiridos chegaram mesmo a considerar esta componente como nada importante. Isto leva-nos a pensar que primeiro lança-se a empresa. Depois, quando tudo já estiver consumado, há-de se pensar na estratégia. A parte mais excitante deste estudo aparece no último capítulo onde são discutidos os obstáculos sentidos pelos empresários. Como já estávamos à espera, a culpa é do sistema. Economicamente falando, a culpa é da concorrência que, imagine-se, é demasiado agressiva. Esta história de atribuir constantemente a culpa aos outros, não só, já não convence ninguém, como é estéril em si mesma. A nossa economia só irá realmente crescer quando tivermos empresários como devem ser. Para tal, três sugestões. Primeiro, esta coisa de se ser empresário não é para quem precisa, mas para quem quer. Mas para querer é preciso ter vocação e para ter vocação é preciso estar aberto ao risco. Segundo, temos todos de perceber que sem a formação adequada não há sucesso. Temos de acreditar no Ensino como fonte criadora de valor para as empresas e o Ensino tem de acreditar nas empresas e estar orientado para estas. Terceiro, só faz sentido criar negócios que proporcionem objectivamente alguma mais-valia. É a chamada inovação com valor: valor para o cliente, valor para o accionista."
Aos 23 anos Tiago Tarré, licenciado em Gestão, é Docente da Universidade Católica Portuguesa e faz parte da Juventude Monárquica de Lisboa. Colabora no Blogue -"Pensar Real-Pensar Portugal"-, com artigos de opinião em matérias de Desenvolvimento Nacional, correspondendo às linhas estratégicas do projecto: "Eu Futuro"! ]
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