sábado, 13 de dezembro de 2008

Descoberta de Pesquisadores Portugueses abre fronteiras na indústria do papel [Tecnologia]

[ Uma equipe de pesquisadores portugueses descobriu uma forma de usar o papel como memória, depois de o ter utilizado já como suporte físico para transístores e como isolante elétrico. "Não será para amanhã, mas num futuro não muito distante será possível abrir uma carta e ver e ouvir em papel a pessoa que a envia", disse ontem à Agência Lusa o professor Rodrigo Martins, da Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCT) da Universidade Nova de Lisboa. A descoberta desta equipe de pesquisadores do I3N/CENIMAT (Centro de Pesquisa em Materiais), coordenada por Rodrigo Martins e Elvira Fortunato, vem descrita num estudo publicado na revista norte-americana Applied Physics Letters. Os mesmos responsáveis estão agora tentando otimizar a memória em papel como dispositivo capaz de ler, escrever e ser seletivo, tendo já recebido uma oferta de compra da patente pela Samsung, com a qual ainda negociam. "Na folha de papel eu posso fazer com que nas suas diferentes camadas apareça um jornal completo com 40 a 50 páginas ou qualquer outra informação codificada em digital, com texto, imagem e som", destacou. Os pesquisadores estão agora estudando uma forma de tornar o dispositivo wireless (sem fios) e auto-sustentável, já que é necessário ligá-lo a uma corrente elétrica. Uma das suas aplicações industriais mais simples será em etiquetas que poderão concentrar toda a informação existente sobre um produto, desde o seu conteúdo em detalhe até a data em que foi produzido e onde, quando chegou à loja ou qual o seu tempo de exposição. Quanto à data em que será possível prever a sua introdução no mercado, Rodrigo Martins citou um prazo médio nunca inferior a três anos. Na sua perspectiva, os efeitos deste "conceito disruptivo" poderão ser comparáveis aos da chegada do homem à Lua, um acontecimento que agregou quase toda a indústria norte-americana, ou, à escala portuguesa, da Escola Náutica de Sagres. "No século 16 agregamos tudo aquilo a que hoje chamaríamos os industriais, desde madeireiros a construtores, marceneiros e carpinteiros para construir a nossa nau, um navio leve, capaz de cruzar os mares no tempo das Descobertas", afirmou. Neste caso, previu, a criação de um sistema integrado e auto-sustentável em papel poderá servir de pólo de atração para a indústria do papel, da eletrônica, das telecomunicações e da informação e, até, das bioengenharias. ]
FONTES & VER+EM:

Sem comentários: