sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Sua Majestade a Rainha D. Amélia de Portugal: "A Rainha da Saudade!"

[ Maria Amélia Luísa Helena de Orleães (Twickenham, 28 de Setembro de 1865Chesnay, 25 de Outubro de 1951) foi a última Rainha de Portugal. Durante a sua vida, D. Amélia perdeu todos os seus familiares diretos: defrontou-se com o assassinato do marido, o Rei D. Carlos I, e do filho mais velho, D. Luís Filipe (episódio conhecido como Regicídio de 1908); vinte e quatro anos mais tarde, recebeu a notícia da morte do segundo e último filho, o futuro D. Manuel II; e também ficou de luto com a morte de sua filha, a infanta D. Maria Ana de Bragança, nascida em um parto prematuro. Foi o único membro da Família Real Portuguesa exilada pela República que visitou Portugal em vida, bem como o último membro a morrer, aos oitenta e seis anos. Amélia de Orleães viveu sofridas décadas de exílio, entre Inglaterra e França, onde aguentou a Segunda Guerra Mundial. Filha primogênita de Luís Filipe, conde de Paris (neto do último Rei da França, Luís Filipe I, e como tal pretendente ao trono francês) e de Maria Isabel de Orleães-Montpensier, filha do duque Antônio de Montpensier. Através de sua irmã Luísa, a princesa é tia-avó do rei Juan Carlos I da Espanha. D. Amélia passou parte da infância na Inglaterra, onde nasceu, devido ao exílio a que a sua família estava sujeita desde que Napoleão III assumira o trono da França. Adorava teatro e ópera, e tinha dons para pintura. Apesar do casamento arranjado, D. Amélia e D. Carlos apaixonaram-se um pelo outro. O casamento foi celebrado no dia 22 de Maio de 1886, na Igreja de São Domingos, e grande parte do povo lisboeta saiu às ruas para acompanhar a cerimônia. O Duque e a Duquesa de Bragança mudaram-se para o Palácio de Belém, onde nasceriam os dois filhos: D. Luís Filipe e o futuro D. Manuel II de Portugal. Em 1889, aos vinte e quatro anos, torna-se Rainha de Portugal. Como Rainha, D. Amélia desempenhou um papel importante fundando dispensários, sanatórios, lactários populares, cozinhas econômicas e creches. Das suas obras destacam-se as fundações: Instituto de Socorros a Náufragos; Museu dos Coches Reais; Instituto Pasteur em Portugal (Instituto Câmara Pestana); e da Assistência Nacional aos Tuberculosos. Como mãe, a Rainha soube dar uma excelente educação aos seus dois filhos, alargando-lhes os horizontes culturais com uma viagem pelo Mediterrâneo, a bordo do iate real Amélia, mostrando-lhes as antigas civilizações romana, grega e egipcía. O regicídio de 1° de Fevereiro de 1908 lançou-a num profundo desgosto, do qual nunca o superou totalmente. Após a proclamação da República Portuguesa, D. Amélia seguiu o caminho do exílio com o resto da Família Real Portuguesa para Londres. Com o fim da 2ª Guerra Mundial,regressou a Portugal, a convite do governo de Salazar,numa emocionante jornada. No dia 25 de outubro de 1951, a Rainha D. Amélia faleceu em sua residência em Versalhes, aos oitenta e seis anos, atingida por um fatal ataque de uremia. O corpo da Rainha foi então transladado pela fragata Bartolomeu Dias para junto do marido e dos filhos, no Panteão Real dos Bragança, na Igreja de São Vicente de Fora. O funeral teve honras de Estado e foi visto por grande parte do povo de Lisboa. ]
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