[ Desiludidos e agastados com este comportamento enganoso, João Fernandes Pacheco e Egas Coelho, com setenta lanças e cem homens de pé, aceitaram o convite real. Vieram em marcha forçada e ao chegar a Porto de Mós foram informados do melhor e mais rápido caminho para se juntarem à hoste real. Do castelo desceram apressadamente ao rio Lena que atravessaram na ponte do Cavaleiro, subiram de seguida a Castanheiro, Tojal de Baixo e fonte dos Vales, indo assomar junto da Reguarda portuguesa. O aparecimento foi tão súbito, que apesar de avistados pela extremidade da ala direita castelhana não sofreram estorvo nem encontro desagradável, tendo chegado sem tardança junto de D. João I. Este encontro “tão directo” merece reflexão atenta pois o reconhecimento do terreno tinha terminado em Porto da Cevada, próximo do local onde a hoste portuguesa se instalara. O facto pode induzir que D. Nuno, consciente da fortaleza daquela posição, de abordagem difícil para Castela, teria antecipadamente previsto e preparado uma posição de alternativa em S. Jorge, o que talvez explique o número de obstáculos artificiais colocados a sul da segunda posição portuguesa. Os percursos, pouco extensos, poderão com ligeiras alterações ser utilizados por alunos. Seria uma boa solução para alargar o conhecimento e vivência da batalha Real a populações rurais e parte significativa do universo escolar. Seria interessante que as Autarquias, em parceria com professores, apoiassem este tipo de actividades, expresso na limpeza, sinalização e arranjo destes “vestigios” aparentemente abandonados e das vias que a eles conduzem para permitirem visitas acompanhadas em interessantes passeios. A colaboração de todos seria uma boa solução para tornar a batalha Real, mais conhecida, mais nacional. ]
Victor Valente dos Santos
Mestrando do MHRL
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